Pouco se sabe sobre a vida deste poeta. Nasceu no Uruguai, “nas costas da América, na foz do La Plata”, como indica no Canto I da sua obra-prima, onde também se identifica como “Montevidense”. Seu pai era chanceler do Consulado Francês no Uruguai. A sua mãe, francesa, morreu quando este tinha apenas vinte meses.
Em Outubro de 1859, foi estudar para França no colégio interno de Tarbes e, depois, no colégio de Pau, onde foi colega de Paul Lespès, uma das pessoas a que os “Chants” são dedicados e a cujo testemunho se deve o conhecimento a respeito de uma situação ocorrida numa aula de retórica do professor Gustave Hinstin. Este professor, que também consta na dedicatória do seu poema, tê-lo-ia repreendido publicamente de forma severa devido ao conteúdo de uma das suas “Poesias” – Ducasse ter-se-ia sentido extremamente injustiçado com a situação.
Foi também descoberta, em 1977, uma edição da Ilíada de Homero, em Espanha, com a seguinte inscrição na folha de rosto: “Propriedad del señor Isidoro Ducasse nacido en Montevideo (Uruguay) – tengo tambien “Arte de hablar” del mismo autor. 14 avril 1863.” – o que leva a crer que, apesar de ter escrito a sua obra maior em francês, utilizasse principalmente a língua espanhola.
Crê-se que o seu pseudónimo tenha sido inspirado no nome de um romance de Eugène Sue, “Latréaumont” (note-se que há uma leve diferença na grafia da palavra); a atribuição do título Conde poderá ser uma referência ao Marquês de Sade ou uma forma de se demarcar da burguesia, ainda que não existam quaisquer provas destas duas teses.
Morre aos 24 anos, em um hotel, de causa ignorada.

O seu poema em sessenta estrofes, Les Chants de Maldoror – (“Os Cantos de Maldoror”, em português) é considerado uma obra seminal no campo da literatura fantástica, ainda que hoje escape a qualquer classificação.
Os críticos e o público em geral dividem-se quanto à classificação da obra deste autor. Para uns, foi um génio da literatura universal – André Breton considerava-o uma “revelação total que parece exceder as possibilidades humanas”; Léon Bloy, por seu lado, classificava-o como louco, “uma ruína humana completa”. Contudo, o autor foi tornando-se uma referência, principalmente para intelectuais apreciadores do género mais subversivo da literatura, tornando-se um autor de culto.