O Pragmatismo constitui uma escola de filosofia, com origens nos Estados Unidos da América, caracterizada pela descrença no fatalismo e pela certeza de que só a ação humana, movida pela inteligência e pela energia, pode alterar os limites da condição humana. Este paradigma filosófico caracteriza-se, pois, pela ênfase dada às consequências - utilidade e sentido prático - como componentes vitais da verdade.
O Pragmatismo foi a primeira filosofia americana elaborada autonomamente. Inspirada em Ralph Waldo Emerson, seus fundadores foram Charles Sanders Peirce, com seu artigo How to make our ideas clear, e William James, que retomou as idéias de Peirce, popularizando-as em sua coletânea "O Pragmatismo".
Nas palavras de William James e Francis Schaeffer, o Pragmatismo aborda o conceito de que o sentido de tudo está na utilidade - ou efeito prático - que qualquer acto, objecto ou proposição possa ser capaz de gerar. Uma pessoa pragmatista vive pela lógica de que as ideias e atos de qualquer pessoa somente são verdadeiros se servem à solução imediata de seus problemas. Nesse caso, toma-se a Verdade pelo o que é útil naquele momento exato, sem consequências.
Posto deste modo, o Pragmatismo espalhou-se com facilidade pela cultura americana, e foi além até outras culturas e povos.
Garantir a paz individual, através de uma situação confortável na qual não há preocupações com os princípios de certo e errado é uma corrente que descreve bem o estado pragmatista do ser humano. A verdade relativa, tomada por base no que se está vivendo ou necessitando no momento resume o que seja Pragmatismo, que vem originalmente contra o Pluralismo que constitui-se da adoção dos princípios absolutos, sendo este um conceito no qual a verdade tende a seguir os moldes mais justos, onde no caso, tenta-se chegar a um consenso do que seria certo ou errado em determinadas situações onde há diferenças de pensamentos e atitudes em relação a solucionar-se um mesmo assunto; já que a verdade é individual e o que possa ser de interesse a alguém pode passar a ser destrutivo ou prejudicial a outrem que por ventura venha a ser atingido por aquela decisão unilateral tomada por um pragmatista.
Já o filósofo e pedagogo americano John Dewey, a partir de uma releitura de Emerson, elaborou o pragmatismo como uma nova filosofia que chamou Instrumentalismo. Em Dewey, o pragmatismo se aproxima da filosofia social ou mesmo de uma prática da pesquisa política. Na sua obra "Reconstrução em filosofia", Dewey sugere, por exemplo, que a filosofia deva reproduzir, na área sócio-política, o que a ciência moderna realiza na área tecnológica.
O pragmatismo refuta a perspectiva de que o intelecto e os conceitos humanos podem, só por si, representar adequadamente a realidade. Dessa forma, opõe-se tanto às correntes formalistas como às correntes racionalistas da filosofia. Antes, defende que as teorias e o conhecimento só adquirem significado através da luta de organismos inteligentes com o seu meio. Não defende, no entanto, que seja verdade meramente aquilo que é prático ou útil ou o que nos ajude a sobreviver a curto prazo. Os pragmatistas argumentam que se deve considerar como verdadeiro aquilo que mais contribui para o bem estar da humanidade em geral, tomando como referência o mais longo prazo possível.
O pragmatismo se impôs nos EUA como corrente dominante antes da Segunda Guerra Mundial, sofrendo posteriormente um longo eclipse, dada a dominação do estilo analítico. Seu ressurgimento deveu-se sobretudo à obra de Richard Rorty. Egresso da corrente analítica mas extremamente original, Rorty foi criticado por suas ideias acerca do fim da filosofia e por seu pretenso relativismo. Considerava-se principalmente um discípulo de Dewey, mas também fortemente inspirado pelos grandes nomes da "filosofia continental" - Hegel, Nietzsche, Heidegger, Foucault e Derrida.
Aquilo que é pragmatista difere do que é pragmático, ou seja, usual, referente à pragmática.