A Jordânia (em árabe: الأردن‎; transl.: al-Urdunn), oficialmente Reino Hachemita da Jordânia (em árabe: المملكة الأردنّيّة الهاشميّة; transl.: al-Mamlakah al-Urduniyah al-Hashimiyah), é um país do Médio Oriente, limitado a norte pela Síria, a leste pelo Iraque, a leste e a sul pela Arábia Saudita e a oeste pelo Golfo de Aqaba (através do qual faz fronteira marítima com o Egito), por Israel e pelo território palestiniano da Cisjordânia. Sua capital é a cidade de Amã.
 
A cidade de Petra
A história desta região remonta há muitos anos, já sendo dominada sucessivamente por distintos povos, sendo habitada por amonitas, amoritas, moabitas e edomitas. A partir do século VII a.C., a presença mais expressiva é a dos nabateus, um povo nômade que constrói uma próspera civilização na área, beneficiando-se do controle das importantes rotas de caravanas localizadas na região. Subsequentes invasores e colonos incluíram egípcios, israelitas, assírios, babilônios, persas, gregos, romanos, árabes muçulmanos, cruzados cristãos, turcos otomanos e, finalmente, os britânicos.
No fim da Primeira Guerra Mundial, o território que agora compreende Israel, a Jordânia, a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e Jerusalém foi concedido ao Reino Unido como o Mandato Britânico da Palestina. Em 1922, a Grã-Bretanha dividiu o controle estabelecendo o semiautônomo Emirado da Transjordânia, regido pelo príncipe hachemita Abdalá, enquanto continuou a administração do restante da Palestina sob um alto comissariado britânico. O domínio sob a Transjordânia acabou oficialmente em 22 de maio de 1946; em 25 de maio, o país tornou-se independente como Reino Hachemita da Transjordânia. O tratado especial de defesa com o Reino Unido acabou em 1957.
A Jordânia assinou um pacto de defesa mútua em maio de 1967 com o Egito, e participou na Guerra de 1967 entre Israel e os Estados árabes de Síria, Egito (República Árabe Unida) e Iraque. Durante a guerra, Israel ganhou o controle da Cisjordânia e toda a cidade de Jerusalém. Em 1988, a Jordânia renunciou todas as reivindicações sobre a Cisjordânia, mas reteve um papel administrativo sob uma colonização final, e o tratado com Israel permitiu a continuidade do papel jordano nos lugares sagrados dos muçulmanos em Jerusalém. O governo dos EUA considera a Cisjordânia como um território ocupado por Israel e acredita que o estado final seja determinado através de negociações diretas entre as partes nas bases das resoluções 242 e 338 do Conselho de Segurança da ONU.
A guerra de 1967 trouxe um dramático aumento do número de palestinos vivendo na Jordânia. A população de refugiados – 700 000 em 1966 – cresceu com outros 300 000 da Cisjordânia. O período que se seguiu à guerra de 1967 viu um aumento no poder e importância dos elementos de resistência palestina (fedayin) na Jordânia. Os fedayin fortemente armados começaram a ser combatidos pelas forças de segurança do estado hachemita, e a luta aberta eclodiu em junho de 1970.
Em setembro, a continuidade das ações dos fedayin na Jordânia obrigou o governo a tomar uma ação para reaver o controle sobre sua população e território. A batalha, na qual soldados palestinos de diversas fações da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) foram expulsos da Jordânia tornou-se conhecida como "Setembro Negro". As batalhas mais ferozes foram travadas no norte do país e em Amã. Outros governos árabes tentaram contribuir para uma solução pacífica, porém a situação se complicou quando uma força de tanques sírios tomou posições no norte da Jordânia para apoiar os fedayin, e foi forçada a recuar. Em 22 de setembro, ministros do exterior árabes reunidos no Cairo conseguiram um cessar-fogo começando no dia seguinte. Violências esporádicas continuaram, entretanto, até que as forças jordanas lideradas por Habis Al-Majali e com a ajuda de forças iraquianas (que tinham bases no país desde a guerra de 1967), obtiveram uma vitória decisiva sobre os fedayin em julho de 1971, expulsando-os totalmente do país.
Em conferência realizada na cidade de Rabat, em 1974, a Jordânia concordou, juntamente com o resto da Liga Árabe, que a OLP fosse a "única representante legítima do povo palestino", deixando definitivamente então para a organização o papel de representar a Cisjordânia.
Ocorreram batalhas ao longo da linha do cessar-fogo de 1967, no rio Jordão, durante a guerra árabe-israelita de outubro de 1973, mas a Jordânia mandou uma brigada para a Síria para lutar contra as unidades israelenses. A Jordânia não participou da Guerra do Golfo de 1990-91. Em 1991, a Jordânia aceitou, juntamente com representantes da Síria, Líbano e representantes palestinos, participar de negociações de paz diretas com Israel na Conferência de Paz de Madrid, mediadas pelos Estados Unidos e Rússia. Foi negociado o fim das hostilidades com Israel e uma declaração neste sentido foi assinada em 25 de julho de 1994 (ver Declaração de Washington). Como resultado, o Tratado de paz Israel-Jordânia foi concluído em 26 de outubro do mesmo ano. Com o início das lutas entre Israel e a Autoridade Palestina, em setembro de 2000, o país ofereceu-se como mediador para ambos os lados. Desde então, a Jordânia tem procurado ficar em paz com todos os seus vizinhos.
Em 9 de novembro de 2005 a Jordânia sofreu três atentados simultâneos à bomba em diferentes hotéis de Amã. Pelo menos 57 pessoas morreram e 115 ficaram feridas. O grupo "Al-Qaeda no Iraque", liderado pelo terrorista Abu Musab al-Zarqawi, um jordano de nascimento, assumiu a responsabilidade.

Política

A Jordânia é uma monarquia constitucional, baseada na constituição de 1952, mas o rei detém amplos poderes executivos e legislativos. Ele serve como Chefe de Estado e Comandante-em-Chefe, e nomeia o poder executivo, que consiste no primeiro-ministro, conselho de ministros, e os governadores regionais. O monarca atual é Abdalá II.
O Parlamento da Jordânia consiste de duas câmaras: Câmara dos Representantes (Majlis an-Nuwāb) e Câmara do Senado (Majlis al-'Aayan).
O rei Abdalá II sucedeu seu pai Hussein, após a morte deste último, em fevereiro de 1999. Abdalá moveu-se rapidamente para reafirmar o tratado de paz da Jordânia com Israel e suas relações com os Estados Unidos. Durante o primeiro ano no poder, ele reorientou a agenda do governo sobre a reforma econômica.

Forças armadas

As Forças Armadas da Jordânia estão sob o controle direto do rei da Jordânia, que é o comandante-em-chefe. Sua missão é defender e manter a soberania, a segurança e a estabilidade do país contra qualquer ameaça externa ou interna. Recebem um forte apoio e ajuda dos Estados Unidos, Reino Unido e França. Isto se deve à sua posição crítica entre Israel, Cisjordânia, Síria, Iraque e Arábia Saudita, e muito próxima ao Líbano e Egito.

Subdivisões

Jordan governorates named.png
A Jordânia está subdividida em 12 "governorados":
Governorado População (2008)3 Área (km²) Densidade (/km²) Capital População (2008)4
Amã 1,939,405 8231 246.3 Amman 1,135,733
Irbid 950,700 1621 570.3 Irbid 650,0005
Zarqa 838,250 4080 205.5 Zarqa 447,880
Balqa 349,580 1076 324.9 Salt 96,7006
Mafraq 245,671 26435 9.3 Mafraq 56,340
Karak 214,225 3217 66.6 Karak 68,810
Jerash 156,680 402 379 Jerash 39,540
Madaba 135,890 2008 67.7 Madaba 83,180
Ajloun 118,496 412 287.1 Ajloun 55,0007
Aqaba 107,115 6583 16.3 Aqaba 95,408
Ma'an 103,920 33163 3.1 Ma'an 50,3508
Tafilah 81,000 2114 38.3 Tafilah 30,000

Geografia

A Jordânia é essencialmente um grande planalto cuja altitude vai decrescendo desde as serras relativamente baixas da zona ocidental (altitude máxima de 1754 m no Jabal Umm ad Dami, a sudoeste) até às fronteiras orientais. A parte ocidental é a mais acidentada, não só devido às cadeias montanhosas, mas também à descida abrupta até à depressão que liga o mar Vermelho ao mar Morto e ao rio Jordão.
Todo o país é desértico ou semi-desértico, sendo a zona menos árida também aquela onde se aglomera a maior parte da população: a região noroeste, separada da Cisjordânia pelo Jordão. As maiores cidades são Amã e Irbid.
Na Jordânia ficava o oásis de Azrad, que se reduziu a pó após projetos de irrigação.

Economia

Searchtool.svg
Esta página foi marcada para revisão, devido a inconsistências e/ou dados de confiabilidade duvidosa (desde dezembro de 2009). Se tem algum conhecimento sobre o tema, por favor, verifique e melhore a consistência e o rigor deste artigo.
A Jordânia é um país pequeno com recursos naturais bastante limitados, mas melhorou muito desde a sua independência. Seu PIB per capita cresceu 351% na década de 1970. Mas este crescimento provou ser insustentável encolhendo para 30% nos anos 1980, recuperando-se um pouco nos anos 1990. A economia da Jordânia depende da exploração de fosfatos, carbonato de potássio, do turismo, da comercialização de fertilizante e de outros serviços. Estas são suas fontes principais do salário da moeda corrente. Na falta de florestas, reservas de carvão, energia hidrelétrica e de depósitos de petróleo comercialmente viáveis, a Jordânia aposta no gás natural para suprir internamente pelo menos parte de suas necessidades de energia. A Jordânia importa o petróleo do Iraque.

Demografia

A maior parte da população da Jordânia é de origem árabe. As principais minorias étnicas correspondem à dos armênios e a um reduzido grupo de origem caucasiana. Quase todos os habitantes são muçulmanos sunitas, embora existam pequenas comunidades xiitas e cristãs - das quais um terço pertence à Igreja Ortodoxa Grega.
A elevada taxa de natalidade (3,6 filhos por mulher) e o ingresso de imigrantes constituem a base do alto crescimento demográfico. O fluxo imigratório é formado, em sua maioria, por refugiados palestinos procedentes da Cisjordânia. As condições climáticas e a disponibilidade de água são os fatores que determinam distribuição da população, concentradas nas proximidades do lago de Tiberíades, do mar Morto e ao longo do rio Jordão.