Malditos franceses!!!
De inicio, isso é tudo o que posso de forma direta gritar, sobre a minha vida. Se não fosse por eles estaria agora frente a certeza de minha ruina, e não nesse limbo especulativo, do qual só posso tirar textos emotivos.
De inicio, isso é tudo o que posso de forma direta gritar, sobre a minha vida. Se não fosse por eles estaria agora frente a certeza de minha ruina, e não nesse limbo especulativo, do qual só posso tirar textos emotivos.
Aqui. Isolado de tudo. Sem nem ao menos um aparelho de som a me alegrar. Divaguei nos limites da loucura. Tive surtos de epilepsia e retornei deles com as vagas analogias desse texto.
Eu entendo os velhos. Velhos ricos ansiando por uma entropia em massa na massa de pobres e ladrões, os quais para eles são a mesma coisa. Depois de acreditarem em muitos deuses durante a vida, dentre eles o santo materialismo, sabem que aquele, o do velho testamento, é que devia ter razão.
-Não brinque comigo!!!! Me respeite ou eu mato!!! Mato voce e toda essa sua maldita cidade/favela!!!
Respeito. Ou melhor, temor. Temor mortal. Isso é o que eu gostaria de possuir e não tenho ao meu dispor. Uma pessoa pode trair outra. Exceto se o Sogra ou Sogra ou ate mesmo o conjuge cause temor.
E é a essa ideia que esses velhos recorrem ao final da vida. Pois aquele resquicio do amor ensinado foi-se com os genros e noras dos filhos.
Romance, o amor idealizado, é alias, por definição, descobrir que o amor não pode ser encontrado no seio familiar tendo que ser descoberto fora dele.
No caso deles, os velhos ricos amargos, não há mais tempo. Ou institucionalizaram-se ao lado dos companheiros ou são viuvos. O que em ambos os casos deixou defeitos tão a flor da pele, que por menos de mil e quinhentos reais mensais e quem sabe uma pensão vitalicia, ninguem os aturaria em periodo integral.Sinto-me assim, impotente e intragavel. Ansiando que tudo voltasse a ser como eu me lembro. Aqueles anos dourados com ela. Rindo e beijando seu rosto na cama, imerso no semi-torpor da manhã. Sua voz doce e sonolenta dizendo que desejava ficar ali grudada comigo para sempre.
Hoje eu a vi. Menti ao mencionar que havia começado a escrever um livro. Toda vez que a encontra não sei se vamos acabar tudo ali, bem naquele instante. E portanto, tento cativar seu interesse com algo... com algo... interessante.
-Voce é o homem mais inteligente que já conheci.
Disse-me outro dia. Talvez eu esteja acreditando enfim. Talvez realmente seja verdade. Vejo ao meu redor e... bom, o que posso dizer é que a erudição é o meu hobby, diferente dos meus distantes amigos gamemaniacos. Saber mais. Sempre mais. Encontrar a frase de um escritor no paragrafo do outro. Reavaliar e comparar opiniões das estorias na historia e vice-versa. Perceber nas novas obras o desejo de serem velhas, e nos velhas, o desejo de serem novas. Por uma necessidade, muitas vezes agonizante, da empatia e afeto alheios.
Minha necessidade agonizante da empatia e afeto alheios tiveram inicio no desenho. Reproduzindo, minimamente aos meus proprios padrões, anatomia e perspectiva.
O tamanho das coisas e sua localização no espaço.
Eu, seis quilos mais magro, fruto do jejum de noites insones em meu quarto dentro da casa da minha mãe. É dessa forma que a estoria começa e minha descrição pessoal termina...